INSTITUTO SENAI DE INOVAÇÃO EM SISTEMAS EMBARCADOS
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INSTITUTO SENAI DE INOVAÇÃO EM SISTEMAS EMBARCADOS
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Cada vez mais usinas de cana-de-açúcar consideram a produção de Biogás e Biometano
Incentivadas pelo programa Metano Zero lançado pelo Governo Federal que visa incentivar a geração de biometano e d biogás através do auxílio de bancos públicos, as usinas de cana-de-açúcar passaram a incluir em seus planos o investimento em novas plantas industriais de biogás e biometano. Inclusive os grandes grupos do setor estão firmando parcerias com universidades renomadas e financiando pesquisas na área de biocombustíveis e biogás.
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Matérias-primas renováveis são utilizadas na produção de ácidos orgânicos
Pesquisadores da Embrapa Agroenergia desenvolveram bioprocessos que exigem poucas adaptações nas instalações industriais atuais para produzir os ácidos lático, cítrico, xilônico e kójico, muito utilizados nas indústrias alimentícia, química, cosmética e farmacêutica, bem como na agricultura. Sendo possível agregar valor a biomassas e residuos agroindustriais de cadeias relacionadas a produção de biocombustíveis.
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Estudo da Embrapa apresenta os resultados da expansão sustentável do cacau
Durante a programação do Chocolat Xingu 2022 – Festival Internacional do Cacau e Chocolate, no Pará, a Embrapa Amazônia Oriental apresentou os resultados do estudo “A (Theobroma cacao) no estado do Pará e sua contribuição para a recuperação de áreas degradadas e redução do fogo”.
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Acordo entre EMBRAPII e IDESAM beneficiarão pequenas empresas e startups da região Amazônica
Dia 1º de julho, durante a Expo Amazônia Bio&TIC, a Empresa Brasileira de Inovação Industrial (EMBRAPII) e o IDESAM – Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia assinam um acordo de cooperação com o objetivo de beneficiar diretamente a inovação por pequenas empresas e startups que atuam na região, preservando a biodiversidade e a sustentabilidade ao mesmo tempo em que fomentam a produtividade local.
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Em parceira Petrobras e Vallourec vão testar uso de óleo vegetal no refino
O objeto da parceria entre Petrobras e Vallorec é o bio-óleo — óleo de origem vegetal, 100% renovável que já está em fase de testes no Centro de Pesquisas e Inovação da Petrobras (Cenpes) e tem potencial para ser utilizado como matéria-prima na geração de produtos renováveis.
Neste acordo as empresas vão avaliar oportunidades de cooperação tecnológica na produção e uso do bio-óleo, resultante da condensação de gases produzidos durante a transformação da madeira em carvão vegetal.
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Couro de micélio pode ser um dos aliados do mundo da moda rumo à sustentabilidade
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Juntas Petrobras e Braskem irão impulsionar tecnologias e produtos mais sustentáveis
A Petrobras e a Braskem fecharam parceria para prospectar oportunidades de cooperação tecnológica e negócios que sejam mais sustentáveis com foco no desenvolvimento de produtos circulares com menor emissão de CO2.
A parceria possui três linhas de atuação: uso de matérias-primas renováveis para a produção de insumos petroquímicos mais sustentáveis; estímulo à economia circular no processo de refino (com uso de plástico reciclado) e estudo para avaliar oportunidades de desenvolvimento de um “Hub” de Captura, Uso e Armazenamento Geológico de CO2 (ou Hub de CCUS), com potencial de reduzir a emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera.
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Amyris inicia operação de sua nova planta em Barra Bonita
Em press release, dia 23 de junho, a Amyris, empresa americana de biotecnologia com sede no Vale do Silício, nos Estados Unidos, anunciou o início da operação do processo industrial de fermentação de sua nova planta em Barra Bonita-SP.
A empresa foca no desenvolvimento de ingredientes sustentáveis utilizando fontes de carbono renováveis, como a cana-de-açúcar.
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Hidrogênio Verde: a nova commoditie energética do Brasil?
O hidrogênio, pode ser usado como fonte de energia para diversas aplicações despertando o interesse do mercado externo. Segundo Paulo Emílio Valadão, presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), diante da expectativa de crescimento e demanda, as empresas brasileiras estão olhando com extremo interesse ao que pode ser considerado a nova “commoditie energética”.
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SENAI CETIQT debate a Biologia Sintética como um dos pilares para o desenvolvimento da bioeconomia
*texto produzido por Aimee Farias
No dia 25 de maio, aconteceu mais uma edição do Café com Bioeconomia, um espaço de diálogo onde convidados e público podem interagir para discutir temas centrais da bioeconomia.
Nesta edição, o Café abordou como a biologia sintética pode ser uma grande aliada no desenvolvimento da bioeconomia. O ‘Café’ contou com a presença de Aline Dumaresq – especialista em Engenharia Metabólica e Biotecnologia na Braskem; Fernando Torres – pesquisador no INCT – Biologia Sintética; Maria Astolfi – pesquisadora no JBEI Join BioEnergy Institute, Universidade da Califórnia, e foi moderado por Lucas Cespedes – pesquisador na Coordenação de Biotecnologia do SENAI CETIQT.
Lucas Cespedes iniciou o bate-papo convidando os participantes a trazerem suas perspectivas a respeito do papel da biologia sintética na bioeconomia. Aline declarou que, de fato, enxerga a biologia sintética como um pilar: “Ela sozinha é difícil de caminhar. Nós temos diversas outras tecnologias que vão convergir para entregar soluções, mas o que a biologia sintética traz são novas possibilidades, soluções que antes eram impossíveis. Eu vejo a biologia sintética como uma importante ferramenta para trazer inovação. Além disso, é importante mencionar que o papel dela para trazer soluções é fundamental, mas também precisamos pensar que isso talvez venha cominado com processos químicos ou processos enzimáticos, então, talvez, a solução ideal nem sempre venha sozinha. Por isso achei a definição como um ‘pilar’ muito adequada”, disse.
Em seguida, Fernando Torres afirmou que a grande vantagem da biologia sintética é a celeridade das novas ferramentas. “O tempo é uma variável de luxo! Hoje em dia não podemos mais esperar que as coisas aconteçam espontaneamente. Um exemplo clássico foi o que aconteceu com a pandemia da Covid-19. Em 2003, quando surgiu a epidemia de SARS-CoV, levaram dois meses para sequenciar o genoma do vírus. Em 2020, com a Covid-19, levamos algumas horas para sequenciar o genoma para saber com o que estávamos lidando. Quando me formei, jamais poderia imaginar que estaríamos fazendo o que nós estamos fazendo hoje em dia: sequenciando genomas em um dia”, ressalta.
Maria Atolfi, Pesquisadora no JBEI, reforçou o aspecto da acessibilidade e rapidez do sequenciamento na atualidade com uma de suas experiências na região norte do Brasil: “O sequenciamento é muito mais acessível hoje do que há 20 anos. Em Manaus, nós sequenciamos uma bactéria da biodiversidade amazônica para encontrar enzimas. A quantidade de dados genéticos gerados no Brasil que fomentam inteligência artificial para minerar, predizer novas enzimas, pode realmente ser o diferencial brasileiro. Nós temos tudo para fazer algo de escala nacional. Inteligência artificial mesclada com o poder da biodiversidade brasileira pode ser o nosso diferencial”.
Para encerrar a edição, Lucas pediu para que os convidados respondessem em qual bioproduto eles apostariam. Fernando Torres declara que, pessoalmente, investiria em biohidrogênio: “O hidrogênio deve ser um combustível que vai dominar o mercado nas próximas décadas. Existem microorganismos que produzem hidrogênio e eles podem ser alimentados por resíduos da sociedade que não teriam outro destino a não ser um lixão, ou então seriam queimados. Esses resíduos poderiam ser utilizados para a produção de hidrogênio”, declarou. Maria Atolfi, por outro lado, ressaltou que optaria por captar a atenção da sociedade através do paladar: “Eu investiria nessa parceria entre biodiversidade, metagenômica, genômica, inteligência artificial, como plataforma horizontal para impactar muitos mercados. Investiria em algo computacional pesadamente, e como prova de conceito, eu gostaria de ver exemplos em ingredientes de produtos alimentícios”. Já Aline, destacou que, como todo empresário, visa o retorno financeiro: “Pensando em lucrar, iria fazer algo de grande volume e provavelmente faria uma parceria com o Fernando para pegar o biohidrogênio dele para utilizar na fixação de CO2 e produzir uma commodity”, finalizou.
O Café com Bioeconomia é uma iniciativa do Portal de Bioeconomia e ocorre a cada 15 dias, das 8h30 às 10h e ficam disponíveis no Spotify ‘Café com Bioeconomia’.
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Iniciativa Amazônia+10 anuncia primeira chamada de propostas
Elton Alisson, de Manaus | Agência FAPESP – Será lançado nos próximos dias o primeiro edital da iniciativa Amazônia+10, um programa de desenvolvimento de ciência, tecnologia e inovação (C,T&I) na Amazônia Legal criado em novembro de 2021 pela FAPESP, em parceria com os conselhos nacionais de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti) e das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap).
O anúncio foi feito ontem (09/06) durante a abertura do Fórum Nacional do Consecti e do Confap, que ocorre até hoje (10/06) em Manaus, no Amazonas.
“O propósito da iniciativa Amazônia+10 é mobilizar pesquisadores de todo o Brasil, especialmente da Amazônia Legal, dedicados a estudar e oferecer soluções concretas para os desafios para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, que passam pela criação de alternativas de emprego e renda para a população que vive na região”, disse Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo (CTA) da FAPESP.
A iniciativa, que já conta com R$ 100 milhões da Fundação para os próximos cinco anos, apoiará projetos de pesquisa em colaboração voltados à conservação da biodiversidade e adaptação às mudanças climáticas, à proteção de populações e comunidades tradicionais, aos desafios urbanos e à bioeconomia como política de desenvolvimento econômico na região. A expectativa é que os recursos para o financiamento de pesquisa atinjam a marca dos R$ 500 milhões com a adesão de governos, empresas e organizações sociais.
O programa inicialmente reunia a FAPESP e os nove Estados da região amazônica: Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso. Agora, neste primeiro edital, 18 fundações de amparo à pesquisa estaduais (FAPs) participam: São Paulo, Amazonas, Rio de Janeiro, Pará, Paraná, Maranhão, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Amapá, Distrito Federal, Alagoas, Goiás, Paraíba, Pernambuco, Rondônia, Espírito Santo, Piauí e Santa Catarina.
"Esse é um trabalho construído com várias mãos. Temos a participação de praticamente todas as FAPs da Amazônia Legal, além do Consecti, do Confap e da FAPESP, que foi muito importante nesse processo", disse Márcia Perales, diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e vice-presidente do Confap.
Os recursos previstos totalizam mais de R$ 50 milhões, dos quais R$ 30 milhões serão alocados pela FAPESP.
A expectativa é que outras FAPs e instituições públicas e privadas, além de empresas, também apoiem a chamada.
“Estabelecemos o prazo de até 15 de julho para outras FAPs e instituições públicas e privadas, além de empresas, aderirem ao edital. A meta é que a iniciativa envolva todas as 26 FAPs existentes, além de uma série de instituições nacionais e internacionais”, afirmou Pacheco.
Durante o evento, representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) anunciaram a adesão do órgão à iniciativa. Por sua vez, o governador do Amazonas, Wilson Miranda de Lima, anunciou que o Estado aportará R$ 5 milhões na chamada.
“Não tenho dúvida de que a Amazônia é a solução do planeta. Temos uma possibilidade imensa de realizar estudos na região que resultem na obtenção de matérias-primas e soluções para problemas que temos no dia a dia”, avaliou.
Conhecimento sobre a Amazônia
O objetivo da chamada de propostas da Amazônia+10 é apoiar a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico em instituições de ensino e pesquisa e em empresas sobre os problemas atuais da Amazônia que tenham como foco o estreitamento das interações natureza-sociedade para o desenvolvimento sustentável e inclusivo da região.
Os projetos apoiados no âmbito do edital deverão avançar o conhecimento científico e tecnológico sobre a região propondo soluções baseadas na comunidade, ou seja, desenvolvidas conjuntamente com a população local, de forma a promover o bem-estar das populações amazônicas de forma consistente e a longo prazo.
“Não teremos propostas razoáveis para o desenvolvimento da Amazônia se não tivermos alternativas sustentáveis tanto do ponto de vista ambiental como econômico para a população de mais de 30 milhões de pessoas que vivem na região”, avaliou Pacheco.
As propostas devem ter a participação de pesquisadores responsáveis de pelo menos três Estados das FAPs que aderiram à chamada, sendo que um deles deve ser obrigatoriamente vinculado a instituições de ensino superior ou pesquisa situadas nos Estados da região amazônica.
Cada proposta deve ser constituída por um único projeto de pesquisa, preparado conjuntamente pelos proponentes. Um dos pesquisadores do grupo deve fazer a submissão das propostas ao Confap.
“O edital demonstra a sinergia que existe entre as diferentes unidades da Federação e mostra também a importância que tem a Amazônia nos contextos nacional e mundial”, disse Odir Antônio Dellagostin, presidente do Confap.
Os projetos apoiados deverão ter duração de, no máximo, três anos.
“A Amazônia+10 demonstra a capacidade de integração entre diferentes atores, de dar a uma iniciativa pensada para uma região uma dimensão nacional. São 18 FAPs que aplicarão recursos financeiros, humanos, ideias e estratégias para que essa iniciativa dê certo”, disse Rafael Pontes Lima, presidente do Consecti.
Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.
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Transformação digital pode acelerar desenvolvimento do mercado de carbono
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Biosoluções são grandes aliadas contra as mudanças climáticas.
Com os diversos desafios a serem resolvidos – alimentar populações em crescimento, mitigar as mudanças climáticas e aproveitar melhor nossos recursos compartilhados. Precisamos de respostas para os desafios mundiais de clima, saúde e sustentabilidade.
A biotecnologia pode fornecer biosoluções poderosas para resolver esses problemas com redução significativa do impacto climático e o uso da terra. Entre elas, bioprodutos que não prejudiquem a biodiversidade, fixação de CO2 e diminuição da dependência da indústria de combustíveis fósseis, ou ainda se as proteínas alternativas que pudessem substituir as proteínas animais.
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Títulos Verdes podem financiar a bioeconomia
A bioeconomia possui um papel fundamental na uma transição para uma economia de baixo carbono. Porém, nesta transição será observada uma quebra de paradigma em relação a indústria de origem fóssil.
Para o desenvolvimento tecnológico da bioeconomia serão necessárias fontes de financiamento diversificadas. Neste contexto, o uso de títulos verdes surgem como uma das opções para o financiamento dessas inovações.
Clique aqui e confira este artigo que aborda mais sobre este tema.
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Cinco setores assinam acordo com MMA para reduzir emissão de carbono
Durante o Congresso Mercado Global de Carbono, os setores de biogás, energia eólica, etanol, resíduos e alumínio se comprometeram a redução de gases do efeito estufa e assinaram um acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) para pôr em prática o mercado regulado brasileiro de carbono.
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Conexsus lança estudo com mapeamento de oportunidades do mercado internacional para produtos da sociobiodiversidade
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SENAI CETIQT e abit promovem debate no Café com Bioeconomia as Janelas de Oportunidades para Indústria Têxtil
*texto produzido por Aimee Farias
No dia 11 de maio, aconteceu mais uma edição do Café com Bioeconomia, que teve como enfoque discutir quais ações que a indústria têxtil vem realizando para ser mais sustentável e circular, além de quais são as fronteiras tecnológicas na adoção de novas matérias-primas renováveis. O debate contou com a presença de Adriano Passos – Coordenador da Plataforma de Inovação em Fibras do SENAI CETIQT; Leandro Alves Silva – Sócio Fundador da Musafiber e Morgana Stegemann – Diretora de Marketing da DuMeio e foi moderado por Fernando Pimentel – Presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
É evidente que no momento atual a agenda da sustentabilidade, inovação e tecnologia está acelerando. A bioeconomia coloca a Indústria Têxtil e de Confecção do Brasil em um patamar que poderá alçá-la a uma posição privilegiada. Fernando Pimentel introduz declarando: “Vejo nossa indústria têxtil com espaço enorme para conquistar o mercado tanto nacional como mundial”.
O debate se iniciou com o seguinte questionamento: Quais poderão ser as principais oportunidades para o segmento no âmbito dessa jornada da bioeconomia? Morgana Stegemann iniciou: “É um grande desafio falar sobre biofabricação no Brasil, ainda falamos pouco e produzimos menos ainda. Dentro da minha área de microorganismos, nós já temos couros de bactérias, fungos… A DuMeio é pioneira na fabricação de biotecidos com bactérias. Nosso grande desafio é conseguir tornar esses materiais tão eficientes quanto os materiais sintéticos que vemos circulando por aí. Então ainda temos muito trabalho nesse sentido”, ressalta.
Em seguida, Leandro Alves compartilhou sua posição sobre fibras naturais alternativas. “Existe um movimento crescente para utilização em produtos finais de maior valor agregado. A tendência para o futuro é buscarmos outras alternativas que sejam focadas em coisas renováveis. Tem fibras sendo desenvolvidas com fibras de coco e de abacaxi, por exemplo, que fazem muito sentido para o futuro. Essas fibras estão em abundância na natureza, então faz sentido usarmos os resíduos que vêm dessas plantações.”
Adriano Passos comentou também sobre outras oportunidades de inovações além das fibras: “A tecnologia vem avançando bastante e as oportunidades estão aí. O interessante disso tudo é conseguirmos realizar não somente estudos, pesquisa, mas trabalhar e fazer protótipos. Isso nos dá a possibilidade de recebermos materiais que não tem estudo nenhum, avaliarmos esse material e entender o movimento da fibra, qual químico sai dalí. Vejo uma oportunidade não somente na parte de produzir fibras, mas também novos químicos e produtos como corantes naturais.”
O papel dos centros de inovação para iniciar projetos na área também foi discutido por Morgana: “Começamos a incubadora em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, e nos últimos dois anos, muitas oportunidades surgiram. Tenham força de vontade e procurem por institutos. Nesta trajetória pudemos contar com o apoio do SENAI CETIQT que sempre nos deu muito suporte e muita abertura. Faz sentido inovar para sustentabilidade”, declara.
Finalizando o bate papo, Fernando Pimentel ressalta: “É animador participar de eventos como esse, pessoas jovens dedicadas a uma atividade inovativa para atender demandas de um setor que é enorme. Vamos continuar inovando, gerando riqueza, emprego e renda para nossa sociedade.”
O Café com Bioeconomia é uma iniciativa do Portal de Bioeconomia e ocorre a cada 15 dias, das 8h30 às 10h e ficam disponíveis no Spotify ‘Café com Bioeconomia’.
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Shell e Prumo Logística investirão até US$ 120 milhões na produção de hidrogênio verde
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Biometano e gás natural como aliados da transição energética
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Resíduo do cacau é transformado em matéria-prima de cosméticos
Elton Alisson | Agência FAPESP – Durante sua pesquisa de doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em que caracterizou os principais microrganismos causadores de doenças no cacau (Theobroma cacao L) no Brasil, o químico Fábio Neves dos Santos observou em visitas a fazendas na região de Ilhéus, na Bahia, que durante a extração da amêndoa, usada como matéria-prima do chocolate, é obtido um líquido na prensagem manual da polpa do fruto cuja maior parte é descartada como resíduo agrícola.
“Uma fração muito pequena desse líquido, que tem sabor bastante adocicado e, por isso, é chamado de mel de cacau, é consumida como bebida em regiões como o sul da Bahia, maior produtora do fruto no país. Mas grande parte não é aproveitada”, constatou Santos.
Ao analisar o líquido, que é pouco viscoso, com grande quantidade de açúcares, como frutose e sacarose, o pesquisador avaliou que o produto possui atividade antioxidante devido a compostos orgânicos bioativos, além de fibras alimentares, altos teores de vitamina C e minerais essenciais, como potássio, sódio, cálcio, ferro, manganês e zinco. Por isso, teria potencial para ser utilizado como ingrediente em produtos alimentícios e cosméticos.
Com base nessa constatação, Santos fundou a startup Cacaus Biocosmetics com o objetivo de desenvolver uma nova geração de cosméticos com propriedades antioxidante, antimicrobiana e anti-inflamatória associadas ao mel de cacau.
Por meio de um projeto apoiado pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP, a startup já elaborou um creme facial e uma loção corporal hidratante à base do insumo.
“Os resultados dos testes in vitro, feitos em modelo celular, indicaram que tanto o mel de cacau como os cosméticos contendo essa matéria-prima não causaram irritação cutânea. Além disso, promoveram a regeneração celular”, diz Santos.
O pesquisador pretende agora angariar mais recursos para iniciar os testes clínicos dos produtos com o objetivo de comprovar as propriedades antioxidante e regenerativas do ingrediente na pele e, com isso, obter a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso das alegações de que os produtos à base dele retardam o envelhecimento cutâneo, por exemplo.
Antes disso, porém, a startup já deve iniciar a produção e a comercialização dos produtos como de grau 1, como são classificados pela Anvisa cosméticos que possuem propriedades básicas que não precisam ser comprovadas inicialmente e não requerem informações detalhadas quanto ao modo e restrições de uso, como perfumes, loções e cremes sem ação fotoprotetora.
“Já comprovamos que os produtos são seguros e por isso podem ser comercializados como de grau 1. Também já entramos com o pedido de patente das formulações e, para lançá-las no mercado e iniciar as vendas mais rapidamente, iremos terceirizar a produção e comercializá-las por meio de e-commerce”, afirma Santos.
Treinamento no Reino Unido
O empreendedor foi um dos cinco selecionados para a edição de 2022 do programa de treinamento Leaders in Innovation Fellowships Programme (LIF) e venceu o Simulation Game no In Country Event do LIF no Brasil. O Simulation Game é uma competição de simulação de operação de negócio por meio de um software, chamado SimVenture Evolution, que mimetiza todos os parâmetros do desenvolvimento de uma tecnologia no mundo real, como pesquisa e desenvolvimento (P&D), produção, vendas, marketing e financiamento, entre outros.
Oferecido pela Royal Academy of Engineering (RAE), com apoio do Fundo Newton, o LIF tem o objetivo de capacitar líderes emergentes que estão desenvolvendo inovações baseadas em engenharia com potencial de contribuir para o desenvolvimento econômico e social de seus respectivos países.
A iniciativa é destinada a pesquisadores de países parceiros da RAE que estão em processo de desenvolvimento de um plano de comercialização para sua inovação.
Os empreendedores selecionados participam de um período de treinamento imersivo no Reino Unido, em que têm acesso a mentores especializados e oportunidades de networking internacional.
A curto prazo, eles desenvolvem, com o apoio do programa, um plano de comercialização para sua inovação. A longo prazo, têm acesso a uma rede internacional de inovadores e mentores para levar adiante seu plano de negócios.
“A participação no LIF será muito importante e providencial na atual etapa do nosso projeto, de levar o produto para o mercado. Por meio do programa, estou tendo acesso a uma rede de mentores que têm possibilitado avançarmos no plano de comercialização”, diz Santos.
Um grupo de 70 pesquisadores, de dez países, foi selecionado para a edição deste ano do programa. No Brasil, a FAPESP é a responsável pela seleção dos participantes.
“O principal critério de seleção para participação no programa é a qualidade das aplicações. As vagas dos países não são preenchidas por sistema de quotas. Entre todas as aplicações de cada país participante selecionamos cinco”, explica Gaelle Elisha, gerente do programa de empreendedorismo para o desenvolvimento na Royal Academy of Engineering.
Os outros quatro representantes brasileiros selecionados para a atual edição do programa foram Marina Trevelin Souza, que está desenvolvendo um novo vidro bioativo que pode acelerar a proliferação celular, levando um tecido danificado a cicatrizar mais rapidamente; Thomaz Augusto Guisard Restivo, que está empregando diamantes metálicos e produtos derivados para criar materiais de construção com melhor desempenho, custos razoáveis e menor impacto ambiental; Gustavo de Souza, que está produzindo uma embalagem biodegradável inovadora que elimina a necessidade de materiais plásticos multicamadas, sem comprometer a vida útil de alimentos; e Marzieh Kadirav, que está criando materiais de alto desempenho feitos de bambu natural, usando um processo de desperdício zero para atender às preocupações ambientais relacionadas à construção.
Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.https://agencia.fapesp.br/republicacao_frame?url=https://agencia.fapesp.br/residuo-do-cacau-e-transformado-em-materia-prima-de-cosmeticos/38731/&utm_source=republish&utm_medium=republish&utm_content=https://agencia.fapesp.br/residuo-do-cacau-e-transformado-em-materia-prima-de-cosmeticos/38731/