
*texto produzido por Aimee Farias
No dia 11 de maio, aconteceu mais uma edição do Café com Bioeconomia, que teve como enfoque discutir quais ações que a indústria têxtil vem realizando para ser mais sustentável e circular, além de quais são as fronteiras tecnológicas na adoção de novas matérias-primas renováveis. O debate contou com a presença de Adriano Passos – Coordenador da Plataforma de Inovação em Fibras do SENAI CETIQT; Leandro Alves Silva – Sócio Fundador da Musafiber e Morgana Stegemann – Diretora de Marketing da DuMeio e foi moderado por Fernando Pimentel – Presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
É evidente que no momento atual a agenda da sustentabilidade, inovação e tecnologia está acelerando. A bioeconomia coloca a Indústria Têxtil e de Confecção do Brasil em um patamar que poderá alçá-la a uma posição privilegiada. Fernando Pimentel introduz declarando: “Vejo nossa indústria têxtil com espaço enorme para conquistar o mercado tanto nacional como mundial”.
O debate se iniciou com o seguinte questionamento: Quais poderão ser as principais oportunidades para o segmento no âmbito dessa jornada da bioeconomia? Morgana Stegemann iniciou: “É um grande desafio falar sobre biofabricação no Brasil, ainda falamos pouco e produzimos menos ainda. Dentro da minha área de microorganismos, nós já temos couros de bactérias, fungos… A DuMeio é pioneira na fabricação de biotecidos com bactérias. Nosso grande desafio é conseguir tornar esses materiais tão eficientes quanto os materiais sintéticos que vemos circulando por aí. Então ainda temos muito trabalho nesse sentido”, ressalta.
Em seguida, Leandro Alves compartilhou sua posição sobre fibras naturais alternativas. “Existe um movimento crescente para utilização em produtos finais de maior valor agregado. A tendência para o futuro é buscarmos outras alternativas que sejam focadas em coisas renováveis. Tem fibras sendo desenvolvidas com fibras de coco e de abacaxi, por exemplo, que fazem muito sentido para o futuro. Essas fibras estão em abundância na natureza, então faz sentido usarmos os resíduos que vêm dessas plantações.”
Adriano Passos comentou também sobre outras oportunidades de inovações além das fibras: “A tecnologia vem avançando bastante e as oportunidades estão aí. O interessante disso tudo é conseguirmos realizar não somente estudos, pesquisa, mas trabalhar e fazer protótipos. Isso nos dá a possibilidade de recebermos materiais que não tem estudo nenhum, avaliarmos esse material e entender o movimento da fibra, qual químico sai dalí. Vejo uma oportunidade não somente na parte de produzir fibras, mas também novos químicos e produtos como corantes naturais.”
O papel dos centros de inovação para iniciar projetos na área também foi discutido por Morgana: “Começamos a incubadora em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, e nos últimos dois anos, muitas oportunidades surgiram. Tenham força de vontade e procurem por institutos. Nesta trajetória pudemos contar com o apoio do SENAI CETIQT que sempre nos deu muito suporte e muita abertura. Faz sentido inovar para sustentabilidade”, declara.
Finalizando o bate papo, Fernando Pimentel ressalta: “É animador participar de eventos como esse, pessoas jovens dedicadas a uma atividade inovativa para atender demandas de um setor que é enorme. Vamos continuar inovando, gerando riqueza, emprego e renda para nossa sociedade.”
O Café com Bioeconomia é uma iniciativa do Portal de Bioeconomia e ocorre a cada 15 dias, das 8h30 às 10h e ficam disponíveis no Spotify ‘Café com Bioeconomia’.
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