A edição do dia 19 de junho de 2024 do Café com Bioeconomia reuniu José Vitor Bomtempo (Doutor em economia industrial, Coordenador do Grupo de Estudos em Bioeconomia da Escola de química e Pesquisador do Grupo de economia da Energia do Instituto de Economia da UFRJ), Tiago Giuliani (Especialista em Sustentabilidade, Descarbonização e Novas tecnologias da ABBI) e Rodrigo Rocha Secioso de Sá (Superintendente de Inovação da FINEP). O encontro, que acontece a cada três semanas, foi mediado por Paulo Coutinho (Pesquisador Chefe no Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras).
Durante o debate, Paulo questionou os convidados como o Decreto N° 12.044/24, que institui a estratégia nacional de bioeconomia, pode impactar a bioeconomia nacional e quais perspectivas ele oferece para o futuro. Além disso, ele levantou a discussão sobre como garantir que o Brasil faça escolhas tecnológicas mais assertivas para aproveitar o máximo de conhecimento e tecnologia disponíveis com o intuito de alavancar o campo da bioeconomia. A dicotomia entre a bioeconomia tradicional e a bioeconomia da biodiversidade também foi discutida.
Para José, a iniciativa do novo decreto é um passo muito positivo, no entanto, ainda existe uma limitação em comparação às abordagens internacionais. Ele ressaltou que o envolvimento de ministérios, como o MCTI e o MAPA, são essenciais para uma perspectiva mais ampla e integrada. Em sua visão, as políticas de bioeconomia devem abranger aspectos sociais e ambientais mais amplos e a um conhecimento mais profundo sobre biodiversidade e bioeconomia tradicional.
Rodrigo mencionou que o decreto pode trazer maior estabilidade institucional e clareza nas políticas públicas relacionadas à biodiversidade. Entretanto, ele pontuou que seria benéfico dar mais visibilidade para outras vertentes da bioeconomia que ainda não estão suficientemente representadas. Para ele, a exploração sustentável da biodiversidade tem um potencial imenso, como demonstrado nas cadeias de cacau e açaí. Por fim, ele evidenciou que é preciso expandir o conhecimento da biodiversidade, bem como é necessário termos uma política que promova a exploração econômica alinhada com a conservação.
Para Thiago, a nova legislação representou um marco significativo. Ele evidenciou que algumas legislações internacionais, como as dos EUA e da União Europeia, têm focos diferentes, o que demonstra a necessidade de uma política nacional mais estruturada e setorizada, tendo em vista os desafios. Em sua visão, para o avanço da bioeconomia é preciso estabelecer metas futuras e intensificar a participação da sociedade civil na formulação das políticas públicas.
O Café com Bioeconomia é um evento on-line e interativo, no qual palestrantes e público discutem temas relevantes para a área. Quer receber nossa agenda e participar? Inscreva-se em: https://portaldebioeconomia.com/