A segunda edição internacional do Café com Bioeconomia aconteceu no dia 29 de março de 2023 e reuniu Levi Machado (Professor e pesquisador da UNESP), Luis Costa (Membro do Conselho Executivo de Operações e Desenvolvimento de Negócios da A4F), Scott Fahrenkrug (Fundador da Forjazul) e Thibaut Monfort-Micheo (CTO e co-fundador da FlexSea). O encontro, que acontece quinzenalmente, foi mediado por Rodrigo Cano (Analista de Mercado do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras, do SENAI CETIQT).
Rodrigo destacou que os panelistas representam toda a cadeia de valor: desde o cultivo, passando pelo processamento e aplicações finais. Em seguida, questionou como eles veem a bioeconomia azul no curto, médio e longo prazo e como se enxergam contribuindo com a área no futuro.
Levi comentou que é importante para o Brasil a criação de uma organização nacional de algas que agregue produtores, start-ups, biorrefinarias e empresas, e que fomente novas conexões. Além disso, indicou que é necessário aprimorar os processos pós-colheita, como a secagem, que pode comprometer componentes de interesse presentes na biomassa. Ressaltou também que os créditos de carbono ainda não são bem explorados nessa indústria, o que pode ser importante no futuro.
Luís acredita que, no curto prazo, é importante focar em consolidar os modelos de negócio já existentes e ir expandindo organicamente, sobretudo nos segmentos de maior valor agregado. Para ele, os governos possuem papel importante em regular o desenvolvimento do setor e as questões logísticas e de pegada de carbono requerem atenção. Comentou também que algumas empresas estão identificando que suas matérias-primas não são sustentáveis e recorrendo às algas para fazer a substituição, o que deve movimentar a área nos próximos anos. Luís destacou a pressão atual de aproveitar tudo o que é residual, o que poderá ajudar a tornar as biomassas marinhas competitivas.
Scott ressaltou o potencial de crescimento da indústria de algas no Brasil e complementou dizendo que é um desafio entender o que compõe a biomassa e então transformá-la em um produto, desafio que tem atacado como geneticista. Para ele, a produção no oceano precisa chegar na mesma maturidade que a produção em terra, pois já existem tecnologias disponíveis para tal. Scott também destacou que o desenvolvimento de novas linhagens pode ajudar profissionais que trabalham com algas e que já sentem os efeitos do aquecimento global.
Thibaut afirmou que a bioeconomia tem muito potencial, assim como as algas, mas que ainda falta investimento para que possa evoluir plenamente. Ele acredita também que as algas estão recebendo grande atenção, mas que existem outras oportunidades a serem exploradas e que é preciso tomar cuidado para manter a sustentabilidade da produção. Segundo ele, o maior impacto ambiental vem da extração de componentes ativos e que, portanto, desenvolver novas rotas mais sustentáveis de refino é importante.
O Café com Bioeconomia é um evento quinzenal, on-line e interativo, no qual palestrantes e público discutem temas relevantes para a área. Quer receber nossa agenda e participar? Inscreva-se em: https://portaldebioeconomia.com/
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