A edição do dia 10 de abril de 2024 do Café com Bioeconomia reuniu Ewellyn Capanema (Pesquisadora Principal do Núcleo de Ciência da Lignina e Separação de Processos da RISE), Larisse Ribas (Pesquisadora do Laboratório de Biotecnologia da UFRRJ) e Leonardo Caux (Coordenador de P&D Industrial da Cenibra). O encontro, que acontece a cada três semanas, foi mediado por Allan Santos (Pesquisador da Plataforma de Processos Químicos do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras).
Allan iniciou a conversa questionando os convidados quanto às suas visões sobre as biorrefinarias de papel e celulose e sobre o protagonismo do Brasil neste cenário. Também foram ressaltados os principais subprodutos do segmento, suas aplicações e as áreas prioritárias de pesquisa aplicada a serem desenvolvidas para impulsionamento do mercado. Os financiamentos governamentais, a colaboração entre os principais atores e os desafios e oportunidades também foram tratados.
Para Ewellyn, as biorrefinarias de papel e celulose possuem um papel importante frente à atual exigência do mercado por aumento de produção com simultânea redução do uso de matéria-prima e de impactos ambientais. Segundo ela, o protagonismo do Brasil é inquestionável devido à modernidade das indústrias de papel e celulose nacionais, que possuem elevada capacidade para atender novas demandas. Ewellyn indicou ainda que a lignina se apresenta como um ativo potencial com diversas funcionalidades, mas citou também outros subprodutos como a hemicelulose e extrativos.
Larisse salientou que a busca por produtos sustentáveis aquece o setor das biorrefinarias e, que a área de embalagens se mostra promissora, pois já existem muitas pesquisas visando a substituição dos plásticos. Segundo ela, o melhor aproveitamento da biomassa é um ganho para a sociedade e para a indústria, seja no contexto ambiental ou financeiro. Ainda de acordo com ela, a carência de recursos das universidades e a falta de interação entre a indústria de celulose e o desenvolvedor da aplicação são os principais desafios da área.
Leonardo mencionou que o Brasil tem capacidade para se tornar o centro da cadeia produtiva mundial. Segundo ele, novos conceitos e produtos vêm surgindo, e com isso o padrão de consumo muda, implicando na geração de embalagens mais sustentáveis, biocombustíveis e outros produtos potenciais. Leonardo colocou que a construção de um hub de negócios com produtores e consumidores tornaria o sistema sustentável e com custos competitivos no mercado. Para ele, a formalização de parcerias entre os setores industriais e a desburocratização das universidades para a viabilização de projetos são pontos essenciais para o progresso das biorrefinarias.
O Café com Bioeconomia é um evento on-line e interativo, no qual palestrantes e público discutem temas relevantes para a área. Quer receber nossa agenda e participar? Inscreva-se em: https://portaldebioeconomia.com/